I’m a
dream....
Eu tenho um
sonho...
Ontem, sábado 24
de agosto, a minoria preta dos Estados Unidos comemorou os 50 anos daquela
famosa caminhada liderada pelo pastor Martin Luther King, pela defesa
dos direitos civis dessa minoria.
A historia
após ter passado esse primeiro lustro, e a pesar que tal luta tivesse pra Ele o
custo da sua vida, mostra pra nos que o sonho de King, ainda não se tem feito
realidade. Que se tem progredido e inegável
e, embora que na aparência ante a lei se tem logrado direitos
igualitários, na vida do dia a dia das minorias raciais no U.S.A, ainda se
percebe recarregada de prejuízos e, na pratica, a igualdades de oportunidades
tem virado um mero clichê. Por isso, os poucos pretos que tem alcançado altos
cargos nesse país, como por exemplo, o prefeito de Newark (New Jersey), Cory
Booker, quem é também candidato ao
senado, disse nesta oportunidade, na mesma praça onde Martin Luther king pronunciara seu célebre discurso, isto é, na frente do
monumento de A. Lincoln, no grande planalto do centro de Washington, que:
”Nossa geração não pode ficar-se encadeirada desfrutando dos
méritos e das glorias passadas”,
sinalando com isso que a luta pelo sonho de King ainda está vigente porque
falta muito por se alcançar. Na sua vez, Eric Holder, o primeiro fiscal geral
preto do tal país, agregou que: “A caminhada de hoje não é não pra se lembrar
do passado. A América que King sonhou ainda não se tem feito realidade, mais
após 150 anos da emancipação, ela fica á nosso alcance”.
Neste
aniversario, temos que nos lembrar de que as nossas responsabilidades por ter
uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva, não podem perder vigência e
nossa atitude de luta jamais pode se relaxar com a droga do conformismo, do
conforto, do progresso e especialmente de viver no meio da revolução
tecnológica que leva a muitos a cair na
tentação de sonegar nas metas desejadas
hoje (fazer soneca com os louros logrados), como são “o ser mais”, e particularmente, “ser mais do
que meu próximo”, sem me importar com os meios que eu use para alcançá-las.
Tudo isso, firmado no egoísmo, ou melhor, no individualismo ego centrista que
gera inveja, mal-estar e ulceras nervosas em muitos quando enxergam que os seus próximos
sobem degraus mais altos do que eles na escada social. Isto, porque não os
pretos só tem sido e são hoje postergados nas muitas partes do globo pelos
grupos de poder na liderança de
indivíduos que atribuem-se racialmente maiores prerrogativas dos que aqueles de outras raças, ou bem de
uma outra condição social, como são seus vizinhos que moram nos quintais traseiros das suas chácaras ou fincas, ou nas periferias pobres das grandes urbes
modernas, ou recluídos em pedacinhos de terra já inférteis pela sobre-exploração e sobre população
depois de inúmeras partições resultado de herdar dos pais aos filhos, como
são por exemplo, a população originaria da raça mapuche do sul do meu país:
Chile. Sim, não se pode abaixar os braços para avançar em prol desse prezado
sonho. Mais, esse sonho tem que se conseguir
do jeito como King o ensinou com o seu exemplo: “sem violência”, sem
ódios, sem desqualificar ninguém, sem
pretender que nos possuímos a única
verdade e a ultima palavra e, por isso mesmo, temos que ficar despostos a achar repostas concordadas a fim de resolver as nossas diferenças procurando respeitar sempre o direito de
todos, por acima dos privilégios dos alguns.
Hoje
olhamos com preocupação como se levam as lutas pelas maiores liberdades ou
melhores condições: a violência se tem tomado as ruas e os espaços públicos não
são respeitados nem se fazem respeitar pelos quem tem o dever. Ocupar,
destruir, quebrar, queimar e ate roubar e assaltar parece ser permitido e
identificado com o legitimo direito de protestar o se manifestar em prol
de uma justa causa. O resultado é um dialogo de surdos, onde o único que
se consegue são as estadísticas do número de prendidos pela policia, a
quantidade de mortos e feridos sejam manifestantes ou membros das forças do
ordem e segurança.
Martin
Luther king, ao igual que Nelson Mandela o Mahatma Gandi, nos tem mostrado que
é possível obter muito mais atuando com uma conduta serena, livre de ódios a livre da violência que não leva a nada de
bom.
Acabo este
comentário com numa outra expressão de King “ninguém nos montará acima, se nos não dobramos as costas”.
A seguir pois então na luta por esse mundo melhor que ansiamos , mais se
lembre começar pela sua casa, com
firmeza, com constância, não minta, porque seus filhos aprenderam a
mentir; não faça acepção de pessoas, seja tolerante, respeite e escute, e com
certeza será respeitado e escutado, não faça maquiagem na sua declaração de
impostos , quando lhe passem uma
infracção no transito; não tente pagar ao policial para tirá-la pois seus
filhos entenderam que ser isso e normal e aprenderam a ser corruptos, não se
atribua mais valor do que seu próximo,
ainda que ele seja um joão ninguém, ou um analfabeto ou alguém com o cor da sua
pele distinto da sua. Eu tenho achado mais sabedoria em humildes camponeses do
que elevados e fátuos intelectuais.