sábado, 16 de marzo de 2013

O jeitinho de morar em Bombinhas



Praia de Mariscal, Bombinhas SC, Brasil

Em Portugués (em castelhano)



Para quem nasceu muito por em baixo do trópico de Capricórnio, morar entre ele e a linha do Equador não é tão simples não. Com o corpo acostumado as temperaturas em promédio sob os 15 graus Celsius e as roupas apropriadas para ficar aquecido, obrigou-me a um período de adaptação onde suar por todos os poros ao mínimo esforço foi o jeito, amem de tirar as grosas calças, as meias, o saco e o suéter de lã. Uma bermuda e chinelos bastaram pra ficar mais fresco, só que desse jeito é impossível sair a ganhar o pão de cada dia baixo o ardente sol a risco de morrer ou de fritar a pele. Lembro-me que cheguei a Curitiba um 19 de janeiro de ônibus depois de quasse trés dias de viagem. Era meio dia e, pelo engarrafado do tráfego o ônibus se mexia devagarinho pelas ruas curitibanas. Farejando o ar morno cheio de maus fedores expelidos dos corpos dos passageiros faltos de banho e de água e sabão amem de outros cheiros fortes e de gases da digestão expelido por algum atormentado passageiro que o fazia avermelhar as bochechas ao ser identificado o bem, virar a cara como se nada acontecera ainda que alguns o enxergaram reprovando-lhe ou apertaram-se as narinas. Eu olhava pela janela. De repente tomei conta de que o poste do tendido elétrico não tinha sombra. O sol batia seus queimantes raios a prumo.
Sim, aqui o sol domina a paisagem e o atuar de todas as criaturas. No meio dia os pássaros param de cantarolar seus singulares baladas, meus cachorros cocker spaniel dormem a soneca a perna solta sob a sombra mais arejada do quintal. (Apolo, o cocker dominante, deita-se dentro da choupana provisoria onde estou morando faz dois meses por enquanto construo a casa, de ser possível, justo baixo o ventilador). Em Sumaré e Maringá, o clima é mas seco, não assim aqui em Bombinhas. A umidade ambiental é muito alta, por isso andar em camisa e complicado já que quando a brisa marinha escasseia, elas ficam molhadas e grudentas pelo suor, então, opta-se por andar sem elas, exceto para sair de compras o ao trabalho. Chove muito, generalmente pelas tardes e torrencialmente com a pirotecnia espetacular da natureza seguida de ensurdecedores trovões.
Cá, em Mariscal, a densidade populacional ainda e muito baixa e no quarteirão onde moro, longo demais, igual a dois quarteirões normais, só moram permanentemente ao redor de quatro famílias. Um casal ajeitado entre uma argentina e um venezuelano na esquina do lado de Canto Grande, na sua frente um brasileiro que aluga quartos para turistas, Eu no meio e na esquina da direita um casal integrado por um jovem funcionário público brasileiro e uma argentina e a suas duas pequenas filhas. A outra população do quarteirão e temporária e inclui a donos das casas de verão e as suas famílias que chegam pra desfrutar das belas praias nas suas férias ou bem, os fins de semana no caso dos que moram por perto como meu vizinho da frente. Ele é um caso especial, chega junto a sua família e a sua casa chegam também seus parentes. As vezes juntam vários carros (seis ou sete). São barulhentos, amistosos e alegres.
Ora, depois do carnaval, os feirantes se vão embora, o aceso fica mais livre, pois para chegar até cá no verão um tem que ser muito paciente pra aguentar pelo menos umas duas horas em recorrer os 19 quilômetros da BR-101 até cá. O engarrafamento do tráfego é infernal. Lembro-me que numa oportunidade tive uma lentidão pelo que após mas de duas hora demorei em ir de Bombinhas até Porto Belo, e não são mais de 5 quilômetros.


É este um lugar muito abençoado pela mão de Deus e, por fortuna, a mão do homem ainda não tem estragado a sua grande beleza. É esta uma península muito baixa banhada pelo atlântico tanto pelo norte como pelo sul que acaba numa ponta com morros de até 250 metros del altura, neles tem muitas grandes rochas graníticas. Olhada desde cima (foto aérea e incluindo Bombinhas e Bombas, parece um grande albatroz com as suas asas abertas. Ao Norte a praia de Mariscal é sem dúvida a melhor do lugar com suas águas mornas e transparentes, em mais de 4 quilômetros de beira mar com fina areia amarela . Está livre de rios pelo que também se livra da contaminação pelas enxurradas de lodos e detritos humanos.


Embora exista uma acentuada preocupação ambiental que inclui o aproveitamento lo lixo doméstico e industrial possível de reciclar, na proteção das especies animais nativos dita preocupação ainda está nas fraldas. Esta península é um velhíssimo pântano (umidal) de baixa altitude (não mais de dois metros sobre o nível do mar), situado sobre um istmo que se teria formado pela acumulação da areia jogada pelas ondas do atlântico tanto pelo lado de Canto Grande como de Mariscal (sul e norte), acabando por unir o que antigamente teria sido uma ilha situada pertinho do continente. Sobre este areial cresceu vegetação, principalmente alguns tipos de juncos, gramíneas de grande porte e um alto capinzal Chama-me a atenção uma especie igualzinha com a “chépica” (um capim comum na roça chilena), só que em tamanho gigante e de rápido crescimento. Ela estende seus muitos, longos e nodosos galhos, baixos cada nô, tem raízes que se vão aterrando firmemente no chão Também crescem algumas especies de arvores como a aroeira, vários tipos de palmeiras e outras. Cá descobri a origem de muitas classes de plantas de interior que os chilenos têm nas suas casas, como as fotos que ponho a seguir.

O manto de Eva, cresce naturalmente baixo a mata atlántica brasileira
 Neste umidal tem algumas especies animais e uma gram população de insetos. Dentro das especies animais, o Gambá e quizas o mais destacado. Ele é um marsupial que seguramente teve um alto número de indivíduos antes que o homem chegara pra disputar-lhe seu habitat Hoje ainda e comum ver gambás mortos atropelados pelos carros o caçados pelos cães nas ruas de Mariscal, sem que ninguém se preocupe pela proteção desta bela especie. Como toda a superfície de este umidal foi loteada para assentamento humano, na medida em que se vão vendendo os terrenos, seus donos tem que aterrar-lhes para levantar quase um metro de altura com o fim de poder construir ali. Com isso vai-se diminuindo rapidamente el habitat de estas especies nativas, condenadas pelo mesmo a morrer, ou a mudar-se para os morros baixo o espesso mato tropical onde, com certeza, terão poucas possibilidades de se adaptar.
Plantas que crescem espontaneamente no Brasil, tenho
olhado elas no interior das casa no meu Pais.

Embora seja a contaminação ambiental quasse inexistente (ou mais bem pouco visível), a contaminação sonora no verão, como quasse em toda cidade brasileira, e altíssima. O nível de decibéis no ambiente sobrepassa em muito os máximos recomendados pra a saúde humana, sem que nem uma autoridade se importe com isso. Tenho que destacar a costume dos jovens brasileiros de por nos seus carros equipes de som de grande potencia capazes de ensurdecer o Maracaná mesmo. Mais isso não para aí, quando os conduzem pelas ruas eles poem as suas músicas preferidas ao máximo volumem, sem se preocupar no mais mínimo com a vizinhança ou os pedestres quem tem que aguentar o molesto barulho e a alta vibração dos baixos do som. Ainda menos se importam com o dano que se auto infringem, com certeza quando cheguem aos 40 anos ou muito antes terão as suas capacidades auditivas estragadas.
Já março chegou, e com ele a vida aqui tem se tranquilizado. As praias estão com menos feirantes e as ruas com poucos carros. É este o ambiente que eu curto, (com a excepção dos pernilongos), apto pra tentar tirar fora as coisas que se levam dentro e pra contemplar a maravilhosa criação divina. Justo ao norte, no céu estrelado, posso olhar o grande brilho de Júpiter passando agora pela constelação de Tauro. A sua direita Aldebarán e um pouco mais abaixo no leste Bellatrix e Betelgeuse nos ombros de Orión.

iMPORTANTE:  Como este comentario é um dos mais visitado, agrego hoje 17 de Janeiro de 2015, o seguinte:
Bombinhas, entre los destinos mas visitados en Brasil. Lamentablemente el estado de las vias de acceso sigue siendo un gran problema. Ello unido al enbotellamiento infernal para acceder y salir, aparte ahora de la cobranza de una supuesta tasa de protección ambiental de 25 reales para los visitantes. con ello a la larga espantarán a los turistas, fuente de trabajo e ingresos para quienes habitan en este bello lugar.

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/verao/2015/noticia/2015/01/tres-cidades-de-sc-estao-entre-os-destinos-mais-visitados-do-brasil.html

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