miércoles, 27 de julio de 2011

O cortiço

Faz algum tempo que não atualizo  minha página "LIBROS QUE ESTOU LENDO", e não porque não tenha lido nada; pelo contrario, tenho lido muito á autores brasileiros que não conhecia, entre eles e principalmente a Machado de Assis,. Mais  hoje tenho acabado de ler  "O Cortiço", de  Aluísio Azevedo. Fiquei gratamente empolgado com a sua fácil leitura, a grande força das suas descrições, os penetrantes analises psicológicos  de seus personagens, a sua agudeza na crítica social da sociedade fluminense do século  antepassado e crueza com que relata as cenas    nas que os personagens ficam envolvidos. Gostei realmente, uma lástima que ele não seja conhecido na língua castelhana. O autor nascido no ano 1857 foi  um grande colaborador da imprensa de oposição,  e posteriormente diplomata  prestando serviços em variados países entre eles Espanha e meu país:Chile. Lutou contra a escravatura, a injustiças sociais, o obscurantismo do clero e a estrutura repressiva da sociedade brasileira dessa época. Ele é considerado o iniciador do Naturalismo nas letras brasileiras, onde o realismo procurava levar a literatura a se integrar no grande movimento das ciências.
O libro descreve  o nascimento e evolução de um cortiço (conventillo en español) onde seu dono, um patife hábil, trabalhador, avaro, oportunista e sem escrúpulos, que saindo da nada logra empertigar-se na alta sociedade carioca. (O autor insinua ao final que estava perto de alcançar o título de "Visconde"), O Libro é realmente um tesouro do qual se podem tirar  muitas ensinanças não só no literário, senão também na compreensão   do nascimento da  peculiar estirpe brasileira onde a mistura de raças, a natureza pródiga e quente,vão forjando  nas pessoas o particular, alegre e despreocupado caráter dos brasileiros atuais.
Ao final, o futuro visconde, prévio ter entregue a preta que tinha sido a sua mais fiel fêmea, companheira y até mesmo escrava pelo seu trabalho para acumular a riqueza do patife,  a seu antigo amo (dono da escrava), com o propósito de librar-se dela por ser estorvo no seu futuro casamento; recebe a visita da "comissão de abolicionistas" (que lutavam para dar liberdade aos escravos e acabar com a escravatura) para fazer-lhe entregue do seu "diploma de sócio benemérito"  Grande acerto da ironia do autor e do duplo estândar comum na sociedade da época (e de hoje sem duvida).